sábado, 7 de março de 2015
Primatas existentes
Exceto por algumas espécies de macacos, que vivem em regiões de clima temperado, e pelos seres humanos, que habitam todo globo, os primatas habitam as regiões quentes do mundo.
Discutiremos brevemente a biologia e o comportamento de cinco grupos de primatas contemporâneos:
(1) Lêmures e Lóris
(2) Társios
(3) Macacos do Novo Mundo (nativos das Américas Central e do Sul)
(4) Macacos do Velho Mundo (nativos da África e da Eurásia)
(5) Grandes Símios
Tradicionalmente, os primatólogos classificam lêmures, lóris e társios como prossímios ("antes dos macacos") com base nas semelhanças morfológicas que compartilham com os primatas mais antigos.
Os primatólogos reuniram os macacos, símios e seres humanos como antropóides ("semelhante ao homem").
Todavia, evidências moleculares recentes mostram que os társios estão mais proximamente relacionados a macacos, símios e seres humanos que a lêmures e lóris.
A anatomia e o comportamento dos prossímios lembram o padrão de comportamento noturno dos primeiros primatas. Os primatas antropóides tendem a ser maiores, ativos durante o dia, e a viver em grupos sociais grandes. Eles rivalizam com os prossímios diurnos, em regiões onde ambas as espécies coexistem.
Lêmures e Lóris
Os lêmures estão restritos à ilha de Madagascar (na costa leste da África). Os lóris desde a África até o sul e leste da Ásia.
Os lóris, como os primatas ancestrais, são todos noturnos, i.e., ativos durante a noite, e arborícolos.
Em Madagascar, onde não havia competição com os primatas antropóides até a chegada dos seres humanos, os lêmures se diversificaram significativamente; muitas espécies passaram a viver no solo e se tornaram diurnas, i.e., ativas durante o dia. As evidências de fósseis encontrados mostram que alguns lêmures eram de tamanho bem grande.
Todas as espécies existentes de prossímios são relativamente pequenas, nenhuma é maior que um cão de grande porte.
O corpo, em geral, lembra o de roedores e de animais que comem insetos, com focinho e orelhas pontiagudos e olhos grandes.
Na anatomia dos lábios superiores e do focinho, os lêmures e lóris lembram mamíferos não primatas, pois o lábio superior é voltado sobre a gengiva e a pele em volta das narinas é úmida e partida.
Eles também possuem cauda.
Primatas como mamíferos
O biólogo classifica os seres humanos na ordem primata, um subgrupo da classe dos mamíferos. Outros primatas incluem lêmures, lóris, társios, macacos e símios.
Os humanos, junto com o chimpanzé, o bonobo, o gorila, o orangotango, o gibão e o siamango, compõem os hominóides, coloquialmente conhecidos como símios, uma superfamília da ordem primata. Biologicamente, como hominóides, os seres humanos são símios!
Os primatas são apenas um entre vários tipos diferentes de mamíferos, como roedores, carnívoros e ungulados (mamíferos de casco).
Os primatas, como outros mamíferos, são animais inteligentes, usam melhor o cérebro do que os répteis e outros tipos de vertebrados. Esse desenvolvimento do cérebro, aliado ao padrão de crescimento e desenvolvimento dos mamíferos, forma a base biológica de padrões comportamentais flexíveis, típicos dos mamíferos.
Em muitas espécies, os filhotes nascem completamente formados, o óvulo permanece no útero da fêmea até que o embrião alcance um estágio avançado de desenvolvimento. Depois do nascimento, o filhote é amamentado pelas glândulas mamárias da mãe, estrutura que dá nome à classe.
Durante esse período de dependência, os filhotes aprendem muitas coisas necessárias para sua sobrevivência na vida adulta. Os primatas, em geral, e os símios, em particular, têm longo período de dependência, durante o qual aprendem as formas de relação do seu grupo social. Desse modo, a biologia dos mamíferos primatas é importante para seus padrões de comportamento.
Em relação a outros membros do reino animal, os mamíferos são extremamente ativos. Essa atividade é possível por vários fatores: temperatura corporal relativamente constante; sistema respiratório eficiente (que apresenta separação entre as cavidades nasais e bucal, o que permite que respirem enquanto comem); um diafragma que auxilia na respiração; e um eficiente coração com quatro câmaras (que evita a mistura do sangue arterial com o venoso).
Os primatas possuem esqueleto com membros posicionados abaixo do corpo, não ao lado, para tornar os movimentos mais flexíveis. Os ossos dos membros possuem juntas que facilitam o crescimento, nos filhotes, e simultaneamente oferecem superfícies fortes, com juntas firmes, que suportam a tensão da atividade de sustentação. Os mamíferos param de crescer quando atingem a idade adulta, os répteis crescem durante toda a vida.
Métodos e ética da primatologia
Da mesma forma que os antropólogos empregam diversos métodos para estudar os seres humanos, os primatólogos hoje usam uma variedade de métodos para estudar a biologia, o comportamento e a história da evolução de nossos parentes mais próximos.
Alguns primatólogos se concentram na anatomia comparada de esqueletos antigos, enquanto outras traçam relações evolutivas estudando a fisiologia e a genética comparadas das espécies existentes. Também há os que estudam a biologia e o comportamento dos primatas em seu habitat natural, em cativeiro, nos zoológicos, em colônias de pesquisa ou aprendendo em laboratórios.
A imagem clássica de um primatólogo é a de alguém como Jane Goodall, pesquisadora que dedica sua carreira à observação em profundidade dos chimpanzés em seu habitat natural, na Tanzânia. Enquanto documenta a variedade e as nuances do comportamento dos chimpanzés, ela também defende a conservação de seu habitat e o tratamento com compaixão dos primatas em cativeiro.
Primatologia
Outros primatas há muito tempo fascinam os homens em virtude das características anatômicas e de comportamento que compartilhamos. Nossas semelhanças são visíveis, porém, as nossas diferenças têm causado consequências devastadoras a nossos parentes mais próximos do mundo animal. Nenhum primata, exceto o ser humano, ameaça a sobrevivência de outros em grande escala.
Como resultado da destruição dos habitats dos primatas e da caça em busca de sua carne ou mesmo de prêmios, quase metade das 634 espécies e subespécies conhecidas estarão ameaçadas de extinção na próxima década.
Os antropólogos estudam os primatas porque a biologia e o comportamento deles são muito parecidos com os nossos, mas, ao mesmo tempo, procuram garantir que os primatas não sejam extintos por nossas ações.
Anthropology - Primatology (em inglês)
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